sábado, 28 de junho de 2008

Incongruências

O presidente do Governo Regional, depois de tantos nomes chamar à classe política lisboeta e aos detentores dos cargos no Governo Central, demitiu-se e fez eleições. Ganhou como nunca tinha ganho, enquanto a oposição regional perdeu como nunca tinha perdido. Encheu o balão, passou uma borracha nos insultos todos e partiu para nova vida com os socialistas centralistas e o senhor "Pinto de Sousa".
Passado um ano, não conseguiu alterar nada. Continuou a perder combates, voltou às bocas do costume e esqueceu-se de que a Madeira precisa ser governada. Tem varizes para não ir ao congresso onde teria que enfrentar uma líder que não apoiou. Mas antes já tinha dito que não estava para brincar aos partidos. Não tem pachorra para coisas menores (como lhes chamou) dos madeirenses, está agora mais virado para uma Europa que não o conhece. Vai à Venezuela cumprimentar os emigrantes e as autoridades daquele país, fazendo questão de vincar que não defende as suas ideologias. Faz o que lhe apetece, depois de 30 anos a ganhar votos numa Madeira que ainda não percebeu que Jardim e os seus não pagam nada com o seu dinheiro. Todas as obras que o indígena vê, da maior à mais pequena, foi feita com dinheiros da Europa, do Governo Central e dos impostos que o próprio indígena paga. Tal com todas as obras deste país, os políticos só sabem tirar daí os louros. O povo paga, se calhar não sabe que o Governo Regional poderia baixar impostos, fazer com que o porto fique mais barato, baixar o imposto sobre os combustíveis. Não, não devem saber, para andarem por aí com bandeiras laranja e castigar os desgraçados da oposição que vão, como podem, tentando fazer com que os detentores do poder nesta Região resolvam os problemas de uma sociedade cada vez mais alheia às coisas da política. Alheia porque já bastam os furos do cinto, as contas muito antes do fim do mês, a fome que muitos passam, as casas e carros que entregam porque não podem pagar.
A crise está aí. Para a grande maioria é um aperto fazer a vida hoje. São poucas as famílias, 300, as que levam a grande fatia do rendimento na Madeira. Vejam quem são, o que fazem e o que dizem. Vejam as lágrimas de crocodilo que alguns deitam quando têm o mínimo transtorno e são logo apoiados pelo poder.
Dou um pequeno exemplo: a quem foi atribuído o centro de inspecção automóvel e os estacionamentos pagos? A quem foi dada nova licença de construção, quando existia um embargo à obra do Funchal Centrum? Pois é, o senhor Henriques tem tudo de mão beijada. Por alguma razão os reclamantes dos concursos dos parques e do centro de inspecção levam uma indemnização. E a acção popular, apesar do presidente do Governo Regional ter ameaçado e insultado os autores, tinha ou não razão no Centrum? Até o próprio advogado do autor da acção abandonou quem lhe pagava. Porquê?
Abram os olhos enquanto ainda o podem fazer. Um dia destes, até paga para poder ver...

20 milhões

Disseram-me que as obras por baixo do aeroporto custaram 20 milhões de euros. Para fazer meia dúzia de campos de ténis e squash e mais umas coisinhas para lazer do povo, o Governo gastou 20 milhões de euros. Parece-me um exagero tal verba. Se pensarmos que um T3 tem um preço de construção de 100 mil euros, o que se gastou ali dava para 200 apartamentos.
Apetece-me perguntar quem foi o gestor da obra. É que já chegou ao ponto de, na Madeira, alguém gastar quatro milhões de contos e ninguém dar importância a isso. Porque será que está toda a comunicação social calada?

Coitado do PS

Já não bastavam as lutas internas no Partido Socialista, para agora virem os independentes ainda tirar mais votos aos homens da rosa. O que se passou em Gaula vinca bem a consequência da não união de uma oposição em torno de um objectivo que deveria ser bem claro: impedir que o PSD governe a seu belo prazer, fazendo tábua rasa de coisas elementares da sociedade madeirense. Este objectivo, primário porque não há condições para qualquer uma das forças oposicionistas serem poder a curto prazo, esbarra com os interesses instalados também dentro da oposição.
O fracasso de Filipe Sousa em Gaula, nestas intercalares, é um prenúncio de que não terá muito mais na Câmara de Santa Cruz. Apoiado pelo PS, Filipe subiu e atingiu alguma notoriedade na freguesia, repercutindo-se talvez nos arredores. Daí até ganhar a confiança das freguesias vizinhas para conquistar um lugar de destaque na autarquia, penso que terá muito caminho a percorrer. Em vez de se unirem esforços, parece-me que a oposição está a entregar os votos ao PSD. Assim, mesmo que Jardim vá embora, mesmo que rebente o esgoto nos laranjas, será difícil arranjar alternativa. Venha quem vier para o lugar de presidente do PSD.

Milhões para JM

Deve ser para rir quando Jardim diz que o Governo Regional detém o Jornal da Madeira para garantir o pluralismo de informação. Desde quando existe pluralismo no JM? O GR é o dono daquela publicação exactamente para garantir que não exista pluralismo no JM e, ao mesmo tempo, continuar a fazer a propaganda do PSD.
Não acredito que o decreto que proibe a propriedade do JM ao GR seja suficiente para evitar que os contribuintes continuem a pagar mais de dois mil contos por dia pelo "gratuito". De certeza que Jardim e seus pares irão garantir, de uma forma ou de outra, a sobrevivência dos escribas do regime e a publicação da propaganda laranja. À sombra de um outro decreto regional qualquer ou de uma artimanha bem ao estilo da "máfia no bom sentido".
Interrogo-me sobre os profissionais daquela casa. Que pensarão eles neste momento? Será que continuam a achar que o Diário tem culpa do que se passa com o JM? Será que todas aquelas notícias que não publicaram valeram a pena? Será que, em caso de enveredarem pelo jornalismo noutra publicação, manterão a mesma linha, o mesmo lambebotismo? Onde vão escrever aqueles mesmos laranjas de sempre que só têm artigos de elogio ao PSD e a Jardim, atacando tudo o que mexe contra o sistema?

Euro2008

Foi com tristeza que vi Portugal ser afastado por uma Alemanha que não merecia. Faltou-nos sorte, concentração na defesa e no ataque também porque falhar tanto remate é obra. A Alemanha teve tudo isso e até pode ser campeã europeia. A Espanha até tem mérito por estar na final e tem uma dose de favoritismo. O único jogo onde falhou foi contra a Suécia, tendo marcado já nos descontos.
Fomos para casa ao mesmo tempo que a Croácia, Holanda, Itália. Antes já tinham ido a Grécia (campeã), a França, a República Checa e a Inglaterra ficou em casa. Apesar de tudo, Portugal fez um Euro positivo e não posso contar como derrota o jogo com a Suiça. Não valia nada, apesar do milhão pela vitória. Em caso de passagem, seria multiplicado por sete nas meias-finais.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Portugal na frente

É a primeira vez que Portugal se qualifica em 1º para os quartos de final e logo com duas vitórias concludentes, marcando 5 golos e sofrendo apenas um. Agora que Scolari vai para o Chelsea, veremos os críticos do treinador brasileiro que treinador arranjarão ou que novas críticas vão disparar para o novo seleccionador.
De uma coisa não se livram. Mau grado as escolhas de Scolari, mau grado as substituições tardias ou a má leitura de jogo, mau grado a sua teimosia ao não convocar este ou aquele, até agora um vice-título e a ida às meias do Mundial já ninguém lhe tira. Nem precisa de ir além dos quartos de final (Portugal já está nas 8 melhores da Europa) para justificar o epíteto de melhor seleccionador português de sempre. Venha de lá outro e faça melhor, com gerações de platina, ouro, prata ou bronze. Este, mesmo sendo brasileiro, conseguiu o que nenhum outro tinha conseguido: unir os portugueses, os de cá e os emigrados, à volta da selecção nacional. Scolari, amado ou odiado, pôs a bater mais forte o coração lusitano. Ele merecia que a equipa ganhasse o Europeu e lho dedicasse.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Portugal olé

Depois da Turquia, vem a República Checa para a selecção de Scolari. A expectativa é grande, pois o treinador brasileiro conseguiu incutir nos portugueses a confiança que sempre faltou, tanto ao jogador como ao adepto português. Podem criticá-lo de todas as formas, mas nunca Portugal conseguiu tanto prestígio e qualificações consecutivas para as grandes provas.
Não é fácil chegar onde chegou, mesmo que a qualidade de muitos jogadores portugueses seja inegável. Tivemos outros que fizeram menos, as contas para a qualificação eram sempre de calculadora e, na maior parte das vezes, nem lá íamos. Não esquecer que Portugal agora está nos rankings da FIFA.

sábado, 7 de junho de 2008

Coisas Mais

O deputado Coelho foi acusado de pregar moral e não cumprir. Para quem anda com um relógio ao pescoço, a acusação de chegar sempre tarde ao parlamento não caíu bem. Ao abrigo da sátira, a revista Mais do DN lançou a farpa ao parlamentar do PND.
Sem saber quem o acusa, Coelho lançou-se com tudo e acusou com nomes. No meio de tudo isto, parece mesmo que o deputado nunca se atrasou. Então porque é que alguém lançou o boato? Será que José Manuel Coelho conhece as razões para o ataque e conhece os atacantes? Serão aqueles que enunciou quando não lhe publicaram uma carta (?) do leitor, ou direito de resposta, ou uma treta qualquer?
Se é verdade que o homem cumpre horários, então foi de má-fé o ataque. Convinha alguém apurar. Mas também convinha não disparar tanto, até porque depois fica sem munições.

Rapidinha

A peça História Rapidinha do Funchal merecia estar em cena por tempo suficiente para que todos os madeirenses a vissem. Não sou apologista de que a peça teria sucesso fora da Região, até porque será preciso estar bem inserido na história destes 500 anos, mas muito a par dos dias de hoje do Funchal.
A qualidade dos actores é indiscutível. A sua presença em palco é muito forte. Nem precisam falar para nos fazer rir e os vários sketches são sempre a um ritmo bem dinâmico. Valem bem o preço miserável do bilhete, muito menos do que paga muito boa gente para assistir a um medíocre jogo de futebol.
Venham outras peças, outros trabalhos. Não é preciso grandes cenários nem grandes despesas de guarda-roupa para ter sucesso. A qualidade é suficiente.