quinta-feira, 20 de março de 2008

O assalto

Tudo o que é associação, instituição, clube ou outra agremiação qualquer que exista na Madeira tem o "selo" do PSD. Ou na presidência, ou noutro qualquer órgão, os laranjas pululam. Agora o assalto é ao Clube Naval do Funchal, no que é uma movimentação política e económica. É no que dá ser cunhado de um destacado elemento que se farta de falar (mal) do PSD, alinhado dos socialistas na Câmara do Funchal e que já "andou" da Ordem dos Economistas.
Na parte económica, depois de não conseguir dominar a marina do Funchal através do CTM, o grupo Sousa ataca agora directamente a fonte. Com a Quinta do Lorde, a marina do Funchal e os peões da Vice-Presidência, está dado um passo para a marina da Calheta (A Ponta-Oeste será benévola) e, mais tarde, depois da trapalhada reparada e a construção do enrocamento e da praia, será a vez do Lugar de Baixo. Há mais?

Esqueci-me

O secretário do Equipamento Social esqueceu-se da discussão sobre os planos de urbanização e cota 500. Será que se esquece daquele proprietário de um prédio situado no traçado da saída leste do Funchal, a quem ele chamou de teimoso só porque quer o real valor pela sua propriedade?
Será que o sr. Secretário se esquece de receber o seu ordenado?

O aval

É engraçado ver o presidente da ACIPS, sr. Castro, a passear-se no areal em conversa (?) com o presidente do Governo Regional. Curioso sobre o assunto da conversa, sabendo-se que o GR ainda paga o aval que deu aos investimentos de Castro e que foram à ruína. Curioso também que, mesmo na ruína, o sr. Castro passeia-se não só no areal, mas também nas ruas de Porto Santo com a sua máquina e mantém dois empregos que lhe rendem alguns milhares de euros. Resta saber se o seu recibo de ordenado, ou os seus recibos, transmitem alguma penhora para pagamento das dívidas. Ou será que o GR não se importa com isso?

quinta-feira, 13 de março de 2008

Manos Ramos

Diz a comunicação social que o clã Ramos esconde o património sob uma Sociedade Gestora. Os "manos" Ramos, cada dia mais parecidos um com o outro, deveriam era explicar o património ao Ministério Público, tal como muitos outros políticos e não políticos. Basta pensarmos um pouco e fazer continhas de mercearia. Se um indivíduo ganha cinco mil euros (mil contos) por mês, chega ao final do ano com 70 mil euros (14 mil contos). Ao fim de 10 anos, se não gastar um cêntimo, tem 140 mil contos (700 mil euros). O Ministério Público parece que não tem calculadora, quando se vê que muito boa gente tem património que, avaliado, alcança dez vezes o valor que os seus detentores teriam com o rendimento declarado durante esses dez anos. Quando o fisco pega com cêntimos de seguros e despesas do anexo dos benefícios fiscais, chegamos à conclusão que a justiça é cega, sim senhor! Mas só de um olho...
Ramos, Sousas, Santos, Fernandes, Neves! Nomes dos grupos económicos que têm dominado a Madeira a seu belo prazer. Um exemplo apenas: Uma falência de grande empreendimento, tal como o Estêvão Neves, com dívidas a fornecedores e empregados, tudo clarinho como a abertura de um supermercado nos Canhas. Mas os falidos mantêm as casas e carros. Mais do que isso, mantêm a arrogância.

Tranquilidade no Nacional

A tranquildade que os jogadores e direcção do Nacional pedem agora para o final do Campeonato, contrasta em absoluto com a atitude do técnico Jokanovic. Se não queriam confusões que abalassem a estabilidade da equipa, porque aconteceu aquela correria em direcção ao Cajuda e, já dentro do túnel, coisas que nunca ninguém vai saber que se passaram?! Nessa altura, a tranquilidade não era precisa? E quem vai contra a palavra da polícia, especialmente se não há nada gravado?
Infelizmente, casa roubada trancas à porta aplica-se 100% neste caso. Depois da porcaria que o sérvio, pede-se calma e serenidade. Se fosse um madeirense, já estaria a treinar os infantis...
E agora é fácil ouvirem-se os adeptos do Nacional. É porque vão ultrapassar e já fazem pisca, é porque são os melhores das ilhas! Onde estavam quando a equipa andava a lutar para não descer? Onde estiveram nas 21 jornadas anteriores?

terça-feira, 4 de março de 2008

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Arquive-se

De repente, deixou-se de falar em corrupção. Arquivam-se os processos por erros processuais ou por escutas ilegais (?) e os suspeitos nem passam a arguidos nem conseguem afirmar, depois de julgados, que estão inocentes. Ficam numa espécie de penumbra, num Portugal pequenino como o nosso, onde não é novidade que os autarcas eleitos sejam aqueles que eram suspeitos. Até rima. É um Mundo que vive do rico a explorar o pobre e do ditador a gozar das mordomias dos milhões que os G’não sei quantos dão de ajuda. Com o petróleo a chegar aos 100 dólares de Chavez, descobrem-se jazidas com participações portuguesas. A riqueza está num país que já foi português, mas a crise continua num Portugal que já foi (?) rico. Até onde vai o petróleo brasileiro ajudar os portugueses que cortam nas compras de Natal? Poderá eventualmente ajudar Sócrates a rectificar as diferenças que impõe nas verbas para Madeira e Açores. Porque até o comum apolítico já percebeu que não são os cortes no orçamento que irão colocar o PS Madeira no poder. Até porque eles (PS-M) só sabem dar tiros no dedo grande, que é aquele onde dói mais…
Custa muito ao povo madeirense, mesmo sendo só aqueles 60% que votaram, saber que a Assembleia, com menos 30% de deputados, vai gastar o mesmo jackpot como se tivesse 68 deputados. É incrível como os eleitos dum povo carneiro jogam com os euros fáceis, rindo daqueles que são tosquiados a torto e a direito. E estou-me a borrifar para o carro novo deste ou daquele. Mas não posso fazer o mesmo que fazem os 40% que não votam e não posso ficar calado quando vejo governantes a exigir ao Governo Central os 78 mil euros de ajudas devidas ao agricultor madeirense, enquanto alguns autarcas gastam 90 mil euros em passeios à Venezuela e Suiça, onde os gastos poderiam ser muito menores. Vá lá que ainda há “comunistas” que patrocinam estas coisas…
Sejam menos ou mais de 50 mil os pobres desta terra, não há quem se entenda. Por um lado, estamos a ser roubados, por outro não temos tantos pobres assim! Claro que Roque Martins, nem o conheço, saberá melhor do que um Secretário que só tem metido os pés pelas mãos em todo o assunto que mexe. A remodelação deste Governo Regional afigura-se fácil quando chegar a altura! Até por caridade cristã…

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Dinheiro para processos

O anúncio do levantamento da imunidade parlamentar ao líder do PS-M, num processo movido pelo presidente do Governo Regional, não pondo em causa a legitimidade da acção, põe-nos na questão de quem paga todos estes processos judiciais. Seria interessante ver quanto gastou o GR em processos por afirmações ou insinuações, valores esses retirados do erário público. Não são só as despesas judiciais, mas os honorários de juristas, funcionários públicos ou avençados. As palavras têm dado origem a muitos mais processos do que os actos. Veja-se que ninguém é responsabilizado, a não ser a Natureza, pelas tragédias que têm afectado a Madeira. Os mortos, os feridos e os danos materiais em consequência de acidentes armadilhados por mão humana e detonados por factores naturais não têm lugar nos Tribunais. Outros valores se levantam, tais como danos morais, difamações e acusações não provadas. Até em países do Terceiro Mundo se encontram engenheiros, arquitectos, técnicos e políticos que são directamente responsáveis pelos acidentes que vitimam seres humanos.
A carta de riscos da Madeira, documento sem dúvida de grande utilidade e valor, é um gráfico daquilo que o madeirense vê a olho nu, quando passeia na sua ilha. Não é crível pedir às autarquias estudos geológicos sempre que entra um pedido de licenciamento de obras. Mas, à semelhança do promotor da obra, quem licencia deve, pelo menos, verificar “in loco” as condições para que esta obra se efectue. No caso dos Socorridos, tanto a Tâmega – que quis fazer a obra e lá colocou os seus funcionários, como a autarquia que a licenciou – autorizou uma construção numa zona de risco, são directamente responsáveis pela tragédia. E se forem confirmadas as queixas de trabalhadores e sindicatos, as entidades que as receberam têm a sua quota parte de culpa. Por não agirem e por não insistirem. Não serve de nada notificar por situações de risco e não fiscalizar a sua correcção. Também de nada vale vir para a comunicação social dizer que há um ano atrás, quando aconteceu exactamente o mesmo que hoje, os prevaricadores foram avisados. Há coisas mais importantes do que o “eu bem tinha dito”.

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Patética e absurda

Quem ouviu os discursos na discussão do orçamento regional, deve ter ficado pasmado. Alvo principal dos donos do poder na Madeira, o Governo Central e a oposição regional. Separatistas, pouca-vergonha, patifes que fazem patifarias. Um escândalo exótico anti-democrático! Que nível tem um partido que faz exactamente na Madeira aquilo que acusa os socialistas de Lisboa! Só com desprezo tratará o PSD-M toda a oposição. Mas acusa Sócrates de fazer o mesmo com a oposição do partido nacional.
Pelo que se fez nos concelhos quando viraram de PS para PSD, o presidente do Governo Regional faz tábua rasa do que aconteceu com Machico e Porto Santo, quando houve alguém que disse não! Até parece que com Governos Centrais social-democratas a Madeira beneficiou! E dá-me vontade de rir quando fala de clima de medo e delação, veja-se como os laranjas regionais catalogam os críticos, quando dentro do próprio partido vão marcando almoços de grupinhos para celebrar o espírito Natalício. Muito pouco ou nada manda quem precisa anunciar na “folha comunista” que o faz.
De tudo se vê e ouve numa Assembleia que até admitiu insinuações sobre a cimeira Europa-África, de que os participantes africanos estariam em Lisboa apenas para encher os “cabarets” lisboetas. Será que é o que fazem determinados políticos quando se deslocam ao rectângulo? Às vezes o hábito acerta tão bem nos outros…
O primeiro-ministro deve estar a borrifar-se para Jardim como o está para os madeirenses. Só na Amadora tem o triplo dos votos a ganhar e seja quem for o presidente do Governo Regional, nunca riscará nada perante a classe política de nortistas e sulistas que só se enxergam a si próprios. Qualquer ameaça de independência só faz rir o mais comum dos cidadãos, quanto mais os emproados políticos, deputados ou detentores de cargos governamentais. As “resistências pacíficas” são aquilo que o madeirense tem feito até hoje, as “revoltas” que constam na história, provavelmente, foram começadas com “cubanos” desterrados nesta pérola do Atlântico. À excepção da assobiadela nos Barreiros, essa sim espontânea, contida uma década depois, não com ouro, incenso ou mirra, mas com uma dádiva de muitos milhares de metros quadrados e toneladas de cantaria.

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Tretas

As declarações recentes do novo bastonário da Ordem dos Advogados só podem ser encaradas como mais um saco cheio de tretas. Dos corruptos todos que o senhor Pinto falava, dizendo que ostentavam riquezas ilícitas ou algo do género, não apontou nenhum nome. Como advogado, sabe que as declarações produzidas publicamente têm um impacto maior do que à mesa do café, daí que não dando nomes aos bois só se pode deduzir que a necessidade de “aparecer” na Comunicação Social foi maior do que o bom senso. Já lhe chamaram cobarde, isso pelo menos foi algo concreto. Ainda que fosse na qualidade de cobardia, a acusação de como o bastonário pretende atacar a corrupção.
O gang à solta de Jardim, a corrupção como fenómeno à escala universal de Tranquada Gomes, os chupistas de Sara André, as negociatas de Cunha e Silva. Tudo expressões com marca registada de figuras da nossa praça, mas que não passaram de tretas à boa maneira portuguesa. Mesmo sendo acusações não identificadas, o Povo atribui logo caras e nomes. Aos detentores de cargos políticos, claro. Pois são eles que aparecem todos os dias na Comunicação Social. E não fazem por menos na sociedade. Aparecem com grandes carros, grandes casas, barcos, etc. Com os ordenados que têm, muitos estão ou ficaram bem de vida. Não invejo esse estatuto, mas à semelhança de muito mortal com conhecimentos de “taboada”, por mais contas que faça não conseguiria nem 50% do que muitos alardeiam. Mesmo descobrindo mais tarde avenças e outras alcavalas que muitos senhores devem ter, é precisa muita ginástica e não gastar nada com comida, vestuário e combustíveis durante muitos anos para conseguir um rol de património, esse sim, invejável (como adjectivo). E com filhos a estudar aqui e ali…Como advogado (mais uma vez), esperemos que o senhor Pinto ao conhecer profundamente a Lei, concretize as acusações. Talvez tenhamos uma operação “Mãos limpas” à moda de Itália. Mas que não acabe com os acusados a candidatarem-se a cargos políticos e, à sombra do carneirismo português, serem eleitos novamente. Mesmo depois de fugirem para o sul da América.

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Amor…amanhã!

Pode-se dizer que não teria vontade para escrever pelas mais variadas razões. Sem ser por ordem alguma e que isso nem interessa ao leitor, desde logo pelas bocas de determinados amigos e conhecidos. Que eu bato, bato, mas também quero é tacho, qualquer dia dão-me uma palmadinha nas costas e eu calo-me, obviamente, bem instalado. Outros, conhecidos, ameaçaram desistir do Diário só porque não concordam com o que escrevo. Aliás, em alto e bom tom, acusaram-me de ter comprado uma página do DN só porque, veja-se, saíram duas cartas do leitor em dois dias seguidos. Ainda bem que não falei do “porco”, senão teria sido uma quinzena.
Outra das razões, quiçá a mais forte, as represálias de Jardim. Realmente borrei-me todo. Já tinha ficado receoso naquela do exonerar, demitir e despedir quem colocasse obstáculos ao programa do Governo. Bem, ao fim de algum tempo, vem-se a saber que o programa até nem é deste Governo, mas sim daquele que se demitiu para receber uma estrondosa votação em Maio. Agora, quem ousar, oiçam bem, OUSAR atravancar a entrega dos Barreiros ao Marítimo, está sob a mira não de um Zé-ninguém, mas sim da 2ª mais alta individualidade da Madeira, o presidente do Governo Regional. Incrível como se ameaça tudo e todos, publicamente. Os votos de Maio deram uma grande lata a este Governo. E se isto é democracia, o que será o fascismo puro?! Em vez de ameaça, passam aos actos?!
Disse e repito, se fosse presidente do Governo eu daria tudo, não me custaria nada. E já que se dá os Barreiros que seja ao Marítimo, que é e sempre foi o meu clube. Afinal, todos os outros já tiveram campos pagos, não é novidade para ninguém. Agora qualquer um pode contestar que se entreguem bens do Estado sem qualquer concurso público, está no direito do cidadão. Quem é Jardim para dizer que eu não posso, como contribuinte, contestar qualquer decisão do seu Governo em alienar, ceder ou doar património público? Represálias, ameaças? A isso, ao poder político e ao económico que o sustenta, puxo o autoclismo.
Diverte-se o povo com estas tontices e nem repara, por exemplo, que vai ter que alterar o seu modo de vida em função do filho de oito ou nove anos, que vai passar a ter aulas à tarde. Depois do 1º e 2º ano de manhã, o seu filho vai mudar de professor, afinal o docente também tem direitos de escolha e também tem filhos com actividades, para além da sua vida planeada como todos nós. E as actividades extra-curriculares, uma grande ajuda na educação das crianças, ficam para trás. Música, Línguas, Desporto, Arte. E nem se põe a opção de escola para escola. Comem todos pelo mesmo. Alguém perguntou a razão desta medida? E não me digam que é para dar oportunidade a todos terem aulas de manhã…Por isso, meus amigos, não são estas opiniões que vão mudar a Região, não será também com a classe política que temos. Nem se entendem, passam a independentes ou, quase sem se perceber, dão uma no cravo, outra na ferradura, que podemos fazer nós, nestes joguinhos da política?! Lamentar o voto, lamentar a abstenção! Bradar nos cafés e na hora da verdade perder a coragem e ganhar tento numa língua politicamente correcta?! Estar calado e beneficiar do sistema, da cunha, do favorzinho?! Ver os milhões a voar para jornais de regime, enquanto os responsáveis choram por garrotes?! Tenham dó! Pelo menos, hipócrita não sou. Enquanto souber e puder, hei-de escrever, falar, discutir e nunca terei medo de o fazer, seja onde for. E disso, que eu saiba, ninguém me pode proibir.

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Penso que os participantes na Volta à Cidade 2007 eram mais do que 10, empunhando cada um uma letra de uma frase destinada aos apologistas de Barreiros sem pista. É vergonhoso o que se passa com esta situação do apoio aos clubes de futebol e só não vê quem não quer. O Governo Regional paga quase tudo a todos os clubes de futebol e ainda dá apoios mensais, creio que servem para ordenados, viagens, sei lá. Não serve de nada vir para aqui dizer que sou do Marítimo ou que apoio outra cor qualquer. Estou liminarmente contra as mãos largas das entidades para o pontapé na bola. Seja dando dinheiro desmesuradamente, seja dando terrenos e estádios, seja perdoando dívidas à Segurança Social. E não tendo arranjado verbas para reparar a pista nos últimos anos.
É ridículo que a Secretaria de Educação tenha feito publicar um comunicado com tanta asneira junta. Primeiro porque o programa de Governo, que eu saiba, nem apareceu nestas últimas eleições. Será largamente sufragado quando nem 50% dos eleitores votaram neste Governo? E desde quando um não atleta deixa de poder emitir opinião sobre a entrega de património a entidades privadas, não vendo salvaguardado algo que não tinha nada a ver com o futebol, mas que estava incluído nesse património?! Agitação política? O que me parece é que ninguém quer ondas…mas os fundos arenosos e lisos são propícios à formação de grandes vagas.
“Apenas 384 praticantes federados no atletismo são oriundos do Funchal”. E vão deixar de ter pista. Os 88 da Ribeira Brava, os 84 de Machico e os 325 de C. Lobos merecem mais pista dos que os “apenas” 384 do Funchal. Será urgente pensar nos 21 de Santana e nos 10 de Ponta de Sol, a necessidade que têm de ter uma pista de tartan para o seu treino diário. Só falta o autocarro para levar os 10.444 alunos e outros desportistas para Machico, onde o vento não deixa homologar os resultados e onde o “zelador” não deixa efectuar lançamentos. Há sempre a pista modelar da R. Brava, mas não estou a ver os utentes a pagarem 5 euros por utilização e, querendo sair fresquinhos, mais 1,5 euros para o banho. Nem falemos do que custa ir e vir…
A alternativa que melhor defende os interesses económicos da Região não é, com certeza, esta. Dar tudo ao futebol, construir mais estádios que nunca enchem, ter um campo por freguesia e deixar, por falta de manutenção, que se transformem em pastos. Se existe a tal política desportiva de um pavilhão, uma piscina e um campo de futebol por tudo o que se chame “lugar”, não se percebe porque é que o concelho onde vive 45% da população madeirense não tenha direito a uma pista de atletismo. Talvez a piscina do Porto Moniz deva ser eliminada…qual será a utilização diária?Concluindo, com humor, há sempre mais marés que marinheiros. E é interessante ver como defende a eliminação de uma pista de atletismo, quem defende tão exacerbadamente as marchas pela saúde e o exercício físico. Talvez porque na política, como no futebol, todos os peixes são prateados…
Acabar o ano de 2007 a tentar dizer que manda em alguma coisa é triste. Não contente com o facto de dar de mão beijada património da Região, o presidente do Governo Regional, depois de dado, ainda diz como é que vai ser com a pista de atletismo, no seguimento da lição em directo da táctica a Lazaroni. Ele é o presidente do Governo, põe e dispõe do património à conta de um rebanho de presidentes de clubes e associações, instituições e agremiações que, depois de lá colocados, abanam a cabeça de cima para baixo, aí ficando quase sempre. Aliás, no seguimento da lição em directo da táctica a Lazaroni. Dá-se tudo, Barreiros e cais norte. Não há concursos públicos, não há pagamentos. Logo, mediante as circunstâncias, poderá deduzir-se que existe tráfico de influências, ou não? Porque não me deram a mim o cais norte, será que foi por não pedir?
Uma terra santa, esta Madeira. Maio deu-nos uma classe política arrogante, à conta de leis de finanças adversas o poder que se instalou há 30 anos extravasou percentagens. Chamem-lhe o que quiserem, democracia ditatorial, ditadura democrática ou só democracia. Oposição débil, ainda não se percebeu porque é que os “grandes crânios” de alguns partidos não se metem nisto a sério. Às vezes, parece que estão bem servidos e a política é como um “fait-divers” que lhes tira o tédio. E o madeirense vai comendo bolo do caco, enquanto entrega a casa ou o carro que não pode pagar, divertido com as “estórias” que se contam dos avales distribuídos equitativamente pela população e com os arquivamentos de processos por erros processuais ou porque…sim. O comum do cidadão, talvez aquele que faz parte dos 40% que não vota, vai-se entretendo com as delfinadas, adivinhando a guerra civil que se aproxima porque o senhor presidente vai sair. Talvez farto, talvez porque “limitou” os mandatos. Talvez porque, ao fim de tanto tempo, ainda ninguém lhe passa cartão lá pelos lados do centralismo lisboeta.
Já cansa. O mesmo presidente, as mesmas caras há tantos anos no governo, as mesmas caras há tantos anos na oposição. Os mesmos empresários com sucesso, os filhos dos mesmos de sempre a ocupar cargos, os reformados de luxo com prémios de platina, as mesmas histórias ano após ano na Madeira da culpa solteira, da utilidade pública para desembargar obras que furam Planos Directores, de Ordenamento e outros que mais, mas que cumprem com os objectivos dos promotores de obras. Não basta tornar gratuito um jornal que traz, na sua maioria, fatídicos elogios ao regime. Até porque vamos continuar a pagá-lo, mesmo que ninguém o leia. Nada muda, nem mesmo as moscas.
E depois do Natal, vamos de festa em festa até 2008. A carne de vinho e alhos, os licores caseiros, as broas e o bolo de mel, depois dos potes e foguetes antes da meia-noite, à mistura com as promessas de deixar de fumar e dos euros que se vão mostrar ao Ano Novo, adoçados com passas e regados com espumante, despedem 2007. Para quem pode, está claro. Porque muitos vão passá-lo como um dia normal que acaba no fogo de artifício e nas contas para chegar ao dia 10 de Janeiro com algum dinheiro para comprar leite para os “pequenos”. E a imaginar os “donos” da Madeira, com aquelas fatiotas pretas, nos bailes de gala, a 300 euros à cabeça, a posar para a “sociedade” através de uma câmara de televisão ou das páginas brilhantes dos jornais e revistas do dia 2.Feliz 2008, que seja aquele ano…

Barquisimeto

A crise que o 11 de Setembro, a guerra no Afeganistão e Iraque e o aumento do preço do petróleo causou, parece não afectar a Madeira. Com um PIB nunca visto, apesar da distribuição de riqueza ser uma treta e do número de pobres chegar aos 20%, a Região tem dado mostras de sobreviver neste mundo financeiro que não se compadece dos pequenos investidores nas Bolsas de Valores. A máxima que diz ser possível fazer fortunas em tempos de vacas magras nunca valeu tanto. Neste caso madeirense, a máxima seria de que em tempo de cortes e garrotes, há que investir aos potes.
A Câmara de Santa Cruz, quando se viu com uns dinheiritos a mais (cito) provenientes não se percebeu bem de onde, que não se poderiam aplicar em investimentos camarários também não sei bem porquê, decidiu embarcar para a Venezuela, com banda e tudo, dar aos nossos emigrantes aquele abraço que eles tanto precisavam (não nego), lá mesmo, nas terras que já foram de Bolívar. A crise não afectou o passeio fraterno e amigo de muitos convivas que, segundo alguns “patrocinadores”, fizeram as delícias da nossa comunidade. Pelo menos, a comunidade dos santa-cruzenses emigrados na Venezuela.
A moda pegou. Vai daí, as necessidades dos vicentinos emigrados levam nova comitiva ao quintal de Chávez, esse mesmo que parece andar a fechar negócios de madeirenses, desde padarias a supermercados. Agora a história reza que os bem sucedidos empresários do norte da Madeira apoiam financeiramente esta deslocação, com a grande novidade de que os políticos e empresários (devem ser os bem sucedidos) de Barquisimeto (afinal quem não conhece?!) vão retribuir a visita já em Junho. A “alcaldia” e a nata empresarial daquela famosa região Venezuelana não tinham a agenda muito preenchida, houve um adiamento da visita a New York, então é mesmo no início do nosso Verão que se irão meter nos gabinetes da Secretaria do Turismo para estudar a forma como está organizado o turismo por estas bandas.Numa altura em todos se queixam das verbas que a Europa nos retirou, das verbas que Sócrates rouba à Madeira, dos projectos que não envolvem o bastião laranja insular, há muito dinheiro para ir à Venezuela. Não tenho inveja dos passeantes, que vão e venham todos muito bem sem qualquer percalço. Mas custa-me ver o regabofe com dinheiros públicos, quando os autarcas vão a correr para Lisboa exigir os 5% de IRS que não lhes tem calhado no prato. Faz lembrar a história do areão do Chão da Ribeira. E quanto aos empresários, não venham depois falar da crise e pedir os apoios que tanto jeito lhes dá. Tenham, ao menos, vergonha na cara.

À pala do défice

Nem se trata de acreditar ou não nos números da entidade reguladora sobre os tempos de antena que os diversos quadrantes políticos regionais têm tido na RTP-M. Era o que faltava, “pegar em mim” e plantar-me em frente a um aparelho de televisão para contar, de cronómetro na mão, os tempos de antena. Tenho televisão, tenho cronómetro, não tenho é pachorra para aturar determinadas coisas a que se prestam os políticos da nossa praça. Mentiria qualquer madeirense, mesmo que contra qualquer entidade reguladora disto ou daquilo, se dissesse que há telejornais onde não se fale de Jardim, do Governo Regional ou de uma qualquer inauguração. Como também mentiria se dissesse que hão havia nenhuma actividade política, nenhuma reacção, nenhuma queixa de forças políticas da oposição. Como que a gosto do freguês e para preencher trinta minutos de notícias sem ser com um senhor qualquer bispo a falar durante metade desse tempo, a RTP-M deve ter feito um acordo qualquer para pôr um bocado de cada ideologia, com os jornalistas e câmaras a correrem de um lado para o outro. Claro que a recente queixa do PS-M só poderia dar barraca, nem que fosse pela publicitação da queixa, o que daria à RTP algum tempo de avanço para corrigir, no último mês, qualquer benefício a este ou àquele. O artigo de opinião do JM, da autoria do senhor Alberto João Jardim, é de brados. Como uma daquelas borrachas verdes que os nossos pequenos usam na escola, apaga as partes que lhe interessam, adornando a vitimização que lhe deu a entidade reguladora. Esquece-se completamente do “malho” diário que é o seu Jornal da Madeira, para o qual os socialistas, comunistas, esquerdistas em bloco, enfim, toda a oposição também contribui para os dois mil contos por dia com que ele mantém a publicação dos seus artigos e dos artigos dos seus amigos engraxas. Engraxas que, calculo, sejam pagos a peso de ouro pela sua contribuição ao elogio do regime laranja e à contínua crítica à oposição. Senhor Jardim, não atire areia para os olhos de um povo que paga para ler aquilo que escreve, mesmo que lhes diga que estão a ler à borla. Depois de dar subsídios a tudo o que mexe, critica agora os que pedem justiça nos apoios para idosos, doentes e outros carentes, ou para o quê pede a oposição subsídios?!. Os madeirenses não se afligem com as obras que possa fazer, preocupam-se é com o que se gasta nas derrapagens e com o que se gasta nos pareceres e outras coisas jurídicas que se descobre que o Governo pagou, sem falar nos avais que acaba por pagar. E a propósito de amplas liberdades, que faz a maioria na Assembleia?