terça-feira, 4 de março de 2008

Texto publicado

Patética e absurda

Quem ouviu os discursos na discussão do orçamento regional, deve ter ficado pasmado. Alvo principal dos donos do poder na Madeira, o Governo Central e a oposição regional. Separatistas, pouca-vergonha, patifes que fazem patifarias. Um escândalo exótico anti-democrático! Que nível tem um partido que faz exactamente na Madeira aquilo que acusa os socialistas de Lisboa! Só com desprezo tratará o PSD-M toda a oposição. Mas acusa Sócrates de fazer o mesmo com a oposição do partido nacional.
Pelo que se fez nos concelhos quando viraram de PS para PSD, o presidente do Governo Regional faz tábua rasa do que aconteceu com Machico e Porto Santo, quando houve alguém que disse não! Até parece que com Governos Centrais social-democratas a Madeira beneficiou! E dá-me vontade de rir quando fala de clima de medo e delação, veja-se como os laranjas regionais catalogam os críticos, quando dentro do próprio partido vão marcando almoços de grupinhos para celebrar o espírito Natalício. Muito pouco ou nada manda quem precisa anunciar na “folha comunista” que o faz.
De tudo se vê e ouve numa Assembleia que até admitiu insinuações sobre a cimeira Europa-África, de que os participantes africanos estariam em Lisboa apenas para encher os “cabarets” lisboetas. Será que é o que fazem determinados políticos quando se deslocam ao rectângulo? Às vezes o hábito acerta tão bem nos outros…
O primeiro-ministro deve estar a borrifar-se para Jardim como o está para os madeirenses. Só na Amadora tem o triplo dos votos a ganhar e seja quem for o presidente do Governo Regional, nunca riscará nada perante a classe política de nortistas e sulistas que só se enxergam a si próprios. Qualquer ameaça de independência só faz rir o mais comum dos cidadãos, quanto mais os emproados políticos, deputados ou detentores de cargos governamentais. As “resistências pacíficas” são aquilo que o madeirense tem feito até hoje, as “revoltas” que constam na história, provavelmente, foram começadas com “cubanos” desterrados nesta pérola do Atlântico. À excepção da assobiadela nos Barreiros, essa sim espontânea, contida uma década depois, não com ouro, incenso ou mirra, mas com uma dádiva de muitos milhares de metros quadrados e toneladas de cantaria.

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