terça-feira, 4 de março de 2008

À pala do défice

Nem se trata de acreditar ou não nos números da entidade reguladora sobre os tempos de antena que os diversos quadrantes políticos regionais têm tido na RTP-M. Era o que faltava, “pegar em mim” e plantar-me em frente a um aparelho de televisão para contar, de cronómetro na mão, os tempos de antena. Tenho televisão, tenho cronómetro, não tenho é pachorra para aturar determinadas coisas a que se prestam os políticos da nossa praça. Mentiria qualquer madeirense, mesmo que contra qualquer entidade reguladora disto ou daquilo, se dissesse que há telejornais onde não se fale de Jardim, do Governo Regional ou de uma qualquer inauguração. Como também mentiria se dissesse que hão havia nenhuma actividade política, nenhuma reacção, nenhuma queixa de forças políticas da oposição. Como que a gosto do freguês e para preencher trinta minutos de notícias sem ser com um senhor qualquer bispo a falar durante metade desse tempo, a RTP-M deve ter feito um acordo qualquer para pôr um bocado de cada ideologia, com os jornalistas e câmaras a correrem de um lado para o outro. Claro que a recente queixa do PS-M só poderia dar barraca, nem que fosse pela publicitação da queixa, o que daria à RTP algum tempo de avanço para corrigir, no último mês, qualquer benefício a este ou àquele. O artigo de opinião do JM, da autoria do senhor Alberto João Jardim, é de brados. Como uma daquelas borrachas verdes que os nossos pequenos usam na escola, apaga as partes que lhe interessam, adornando a vitimização que lhe deu a entidade reguladora. Esquece-se completamente do “malho” diário que é o seu Jornal da Madeira, para o qual os socialistas, comunistas, esquerdistas em bloco, enfim, toda a oposição também contribui para os dois mil contos por dia com que ele mantém a publicação dos seus artigos e dos artigos dos seus amigos engraxas. Engraxas que, calculo, sejam pagos a peso de ouro pela sua contribuição ao elogio do regime laranja e à contínua crítica à oposição. Senhor Jardim, não atire areia para os olhos de um povo que paga para ler aquilo que escreve, mesmo que lhes diga que estão a ler à borla. Depois de dar subsídios a tudo o que mexe, critica agora os que pedem justiça nos apoios para idosos, doentes e outros carentes, ou para o quê pede a oposição subsídios?!. Os madeirenses não se afligem com as obras que possa fazer, preocupam-se é com o que se gasta nas derrapagens e com o que se gasta nos pareceres e outras coisas jurídicas que se descobre que o Governo pagou, sem falar nos avais que acaba por pagar. E a propósito de amplas liberdades, que faz a maioria na Assembleia?

Sem comentários: