terça-feira, 4 de março de 2008

Texto publicado

Amor…amanhã!

Pode-se dizer que não teria vontade para escrever pelas mais variadas razões. Sem ser por ordem alguma e que isso nem interessa ao leitor, desde logo pelas bocas de determinados amigos e conhecidos. Que eu bato, bato, mas também quero é tacho, qualquer dia dão-me uma palmadinha nas costas e eu calo-me, obviamente, bem instalado. Outros, conhecidos, ameaçaram desistir do Diário só porque não concordam com o que escrevo. Aliás, em alto e bom tom, acusaram-me de ter comprado uma página do DN só porque, veja-se, saíram duas cartas do leitor em dois dias seguidos. Ainda bem que não falei do “porco”, senão teria sido uma quinzena.
Outra das razões, quiçá a mais forte, as represálias de Jardim. Realmente borrei-me todo. Já tinha ficado receoso naquela do exonerar, demitir e despedir quem colocasse obstáculos ao programa do Governo. Bem, ao fim de algum tempo, vem-se a saber que o programa até nem é deste Governo, mas sim daquele que se demitiu para receber uma estrondosa votação em Maio. Agora, quem ousar, oiçam bem, OUSAR atravancar a entrega dos Barreiros ao Marítimo, está sob a mira não de um Zé-ninguém, mas sim da 2ª mais alta individualidade da Madeira, o presidente do Governo Regional. Incrível como se ameaça tudo e todos, publicamente. Os votos de Maio deram uma grande lata a este Governo. E se isto é democracia, o que será o fascismo puro?! Em vez de ameaça, passam aos actos?!
Disse e repito, se fosse presidente do Governo eu daria tudo, não me custaria nada. E já que se dá os Barreiros que seja ao Marítimo, que é e sempre foi o meu clube. Afinal, todos os outros já tiveram campos pagos, não é novidade para ninguém. Agora qualquer um pode contestar que se entreguem bens do Estado sem qualquer concurso público, está no direito do cidadão. Quem é Jardim para dizer que eu não posso, como contribuinte, contestar qualquer decisão do seu Governo em alienar, ceder ou doar património público? Represálias, ameaças? A isso, ao poder político e ao económico que o sustenta, puxo o autoclismo.
Diverte-se o povo com estas tontices e nem repara, por exemplo, que vai ter que alterar o seu modo de vida em função do filho de oito ou nove anos, que vai passar a ter aulas à tarde. Depois do 1º e 2º ano de manhã, o seu filho vai mudar de professor, afinal o docente também tem direitos de escolha e também tem filhos com actividades, para além da sua vida planeada como todos nós. E as actividades extra-curriculares, uma grande ajuda na educação das crianças, ficam para trás. Música, Línguas, Desporto, Arte. E nem se põe a opção de escola para escola. Comem todos pelo mesmo. Alguém perguntou a razão desta medida? E não me digam que é para dar oportunidade a todos terem aulas de manhã…Por isso, meus amigos, não são estas opiniões que vão mudar a Região, não será também com a classe política que temos. Nem se entendem, passam a independentes ou, quase sem se perceber, dão uma no cravo, outra na ferradura, que podemos fazer nós, nestes joguinhos da política?! Lamentar o voto, lamentar a abstenção! Bradar nos cafés e na hora da verdade perder a coragem e ganhar tento numa língua politicamente correcta?! Estar calado e beneficiar do sistema, da cunha, do favorzinho?! Ver os milhões a voar para jornais de regime, enquanto os responsáveis choram por garrotes?! Tenham dó! Pelo menos, hipócrita não sou. Enquanto souber e puder, hei-de escrever, falar, discutir e nunca terei medo de o fazer, seja onde for. E disso, que eu saiba, ninguém me pode proibir.

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