terça-feira, 4 de março de 2008

Texto publicado

Penso que os participantes na Volta à Cidade 2007 eram mais do que 10, empunhando cada um uma letra de uma frase destinada aos apologistas de Barreiros sem pista. É vergonhoso o que se passa com esta situação do apoio aos clubes de futebol e só não vê quem não quer. O Governo Regional paga quase tudo a todos os clubes de futebol e ainda dá apoios mensais, creio que servem para ordenados, viagens, sei lá. Não serve de nada vir para aqui dizer que sou do Marítimo ou que apoio outra cor qualquer. Estou liminarmente contra as mãos largas das entidades para o pontapé na bola. Seja dando dinheiro desmesuradamente, seja dando terrenos e estádios, seja perdoando dívidas à Segurança Social. E não tendo arranjado verbas para reparar a pista nos últimos anos.
É ridículo que a Secretaria de Educação tenha feito publicar um comunicado com tanta asneira junta. Primeiro porque o programa de Governo, que eu saiba, nem apareceu nestas últimas eleições. Será largamente sufragado quando nem 50% dos eleitores votaram neste Governo? E desde quando um não atleta deixa de poder emitir opinião sobre a entrega de património a entidades privadas, não vendo salvaguardado algo que não tinha nada a ver com o futebol, mas que estava incluído nesse património?! Agitação política? O que me parece é que ninguém quer ondas…mas os fundos arenosos e lisos são propícios à formação de grandes vagas.
“Apenas 384 praticantes federados no atletismo são oriundos do Funchal”. E vão deixar de ter pista. Os 88 da Ribeira Brava, os 84 de Machico e os 325 de C. Lobos merecem mais pista dos que os “apenas” 384 do Funchal. Será urgente pensar nos 21 de Santana e nos 10 de Ponta de Sol, a necessidade que têm de ter uma pista de tartan para o seu treino diário. Só falta o autocarro para levar os 10.444 alunos e outros desportistas para Machico, onde o vento não deixa homologar os resultados e onde o “zelador” não deixa efectuar lançamentos. Há sempre a pista modelar da R. Brava, mas não estou a ver os utentes a pagarem 5 euros por utilização e, querendo sair fresquinhos, mais 1,5 euros para o banho. Nem falemos do que custa ir e vir…
A alternativa que melhor defende os interesses económicos da Região não é, com certeza, esta. Dar tudo ao futebol, construir mais estádios que nunca enchem, ter um campo por freguesia e deixar, por falta de manutenção, que se transformem em pastos. Se existe a tal política desportiva de um pavilhão, uma piscina e um campo de futebol por tudo o que se chame “lugar”, não se percebe porque é que o concelho onde vive 45% da população madeirense não tenha direito a uma pista de atletismo. Talvez a piscina do Porto Moniz deva ser eliminada…qual será a utilização diária?Concluindo, com humor, há sempre mais marés que marinheiros. E é interessante ver como defende a eliminação de uma pista de atletismo, quem defende tão exacerbadamente as marchas pela saúde e o exercício físico. Talvez porque na política, como no futebol, todos os peixes são prateados…

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