terça-feira, 4 de março de 2008

Acabar o ano de 2007 a tentar dizer que manda em alguma coisa é triste. Não contente com o facto de dar de mão beijada património da Região, o presidente do Governo Regional, depois de dado, ainda diz como é que vai ser com a pista de atletismo, no seguimento da lição em directo da táctica a Lazaroni. Ele é o presidente do Governo, põe e dispõe do património à conta de um rebanho de presidentes de clubes e associações, instituições e agremiações que, depois de lá colocados, abanam a cabeça de cima para baixo, aí ficando quase sempre. Aliás, no seguimento da lição em directo da táctica a Lazaroni. Dá-se tudo, Barreiros e cais norte. Não há concursos públicos, não há pagamentos. Logo, mediante as circunstâncias, poderá deduzir-se que existe tráfico de influências, ou não? Porque não me deram a mim o cais norte, será que foi por não pedir?
Uma terra santa, esta Madeira. Maio deu-nos uma classe política arrogante, à conta de leis de finanças adversas o poder que se instalou há 30 anos extravasou percentagens. Chamem-lhe o que quiserem, democracia ditatorial, ditadura democrática ou só democracia. Oposição débil, ainda não se percebeu porque é que os “grandes crânios” de alguns partidos não se metem nisto a sério. Às vezes, parece que estão bem servidos e a política é como um “fait-divers” que lhes tira o tédio. E o madeirense vai comendo bolo do caco, enquanto entrega a casa ou o carro que não pode pagar, divertido com as “estórias” que se contam dos avales distribuídos equitativamente pela população e com os arquivamentos de processos por erros processuais ou porque…sim. O comum do cidadão, talvez aquele que faz parte dos 40% que não vota, vai-se entretendo com as delfinadas, adivinhando a guerra civil que se aproxima porque o senhor presidente vai sair. Talvez farto, talvez porque “limitou” os mandatos. Talvez porque, ao fim de tanto tempo, ainda ninguém lhe passa cartão lá pelos lados do centralismo lisboeta.
Já cansa. O mesmo presidente, as mesmas caras há tantos anos no governo, as mesmas caras há tantos anos na oposição. Os mesmos empresários com sucesso, os filhos dos mesmos de sempre a ocupar cargos, os reformados de luxo com prémios de platina, as mesmas histórias ano após ano na Madeira da culpa solteira, da utilidade pública para desembargar obras que furam Planos Directores, de Ordenamento e outros que mais, mas que cumprem com os objectivos dos promotores de obras. Não basta tornar gratuito um jornal que traz, na sua maioria, fatídicos elogios ao regime. Até porque vamos continuar a pagá-lo, mesmo que ninguém o leia. Nada muda, nem mesmo as moscas.
E depois do Natal, vamos de festa em festa até 2008. A carne de vinho e alhos, os licores caseiros, as broas e o bolo de mel, depois dos potes e foguetes antes da meia-noite, à mistura com as promessas de deixar de fumar e dos euros que se vão mostrar ao Ano Novo, adoçados com passas e regados com espumante, despedem 2007. Para quem pode, está claro. Porque muitos vão passá-lo como um dia normal que acaba no fogo de artifício e nas contas para chegar ao dia 10 de Janeiro com algum dinheiro para comprar leite para os “pequenos”. E a imaginar os “donos” da Madeira, com aquelas fatiotas pretas, nos bailes de gala, a 300 euros à cabeça, a posar para a “sociedade” através de uma câmara de televisão ou das páginas brilhantes dos jornais e revistas do dia 2.Feliz 2008, que seja aquele ano…

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